terça-feira, 15 de agosto de 2017

História “Dona Árvore”




Era uma vez uma árvore, no meio de uma floresta. Ela era uma árvore muito pequena, de galhos muito frágeis, mas sonhava ser grande e dar muitos frutos.

O tempo foi passando, seu caule engrossou e suas folhas se multiplicaram. Um belo dia, a árvore perguntou à sua mãe quando é que os frutos viriam.

- Oh! Meu amor! Não somos árvores frutíferas. Somos só assim, mesmo...

A árvore chorou, porque não tinha nada para oferecer. Via as pessoas apanharem frutas de suas companheiras, e até folhas medicinais, enquanto ela vivia ali, parada, inútil.

Ficou tão triste que teve vontade de morrer. Suas folhas, então, foram murchando. Seus galhos começaram a secar. Ela foi ficando cada vez mais curvada, seca, e, no silêncio de sua dor, ouviu um pássaro piar:

- Pelo amor de Deus, Dona Árvore! Não faça isto. Minha esposa está chocando nossos filhotes, aqui neste seu galho. Se ele cair, que será de nós?

Espantada, a árvore começou a prestar atenção em si mesma. E passou a reparar quanta "gente" morava nela. Tinha uma família de micos-leões. E mais uma casinha de João-de-barro. E mais uns besouros.

Uma orquídea em botão, presa ao seu tronco, sussurrou:

- Espere um pouco mais, pra ver a surpresa que vou fazer-lhe!...

Então ela viu as abelhas que se tinham alojado num vão entre suas raízes, onde fabricavam mel saboroso. E viu uma família de pessoas almoçando à sua sombra.

E só então ela conseguiu ouvir a voz de Deus em seu coração, dizendo:

- Nem todas as árvores têm frutos para dar. Porém algumas, como você, podem ter muito mais a oferecer...

A árvore, com aquele pensamento, recuperou a vontade de viver, ficando saudável em poucos dias. Assim, ela pôde festejar quando os passarinhos nasceram, e a orquídea logo se abriu. Muitas gerações de crianças já construíram casas e balanços em seus galhos firmes e fortes. Esta é uma de suas grandes alegrias! E até hoje ela está lá, dando cada vez mais sombra, sustentando cada vez mais vidas, feliz por ter encontrado sua verdadeira razão de viver.

(RITA FOELKER)

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